Acho
que perdi meu gravador hoje, não que tenha perdido, mas
esquecido, não que tenha esquecido em algum lugar, mas esqueci em um
lugar por dois dias...de chuva e chuvisco e nebulosidade, o clima
deste lugar é maluco, mas eu adoro, pois antes um verãozinho em
pleno inverno, uma quebrada no frio, depois vem a primavera e quando
começo a ficar contente; enfim teremos dias de sol, o bom
calor de racha cuca, o povo com preguiça , enquanto outros fingem
não ter preguiça, pois a sociedade não vê com bons olhos quem não
gosta de trabalhar, mas não desviemos do bom e velho calor que vinha
dizendo e vinha vindo. Antes narrarei uma boa notícia, encontrei meu
gravador, ele é bem útil, pelo menos eu me adaptei com facilidade
ao meu olympus(momento merchanda) daqueles de fita pequena, e com ele
escrevi muitas coisas, ele estava na minha casa , lembrei onde ele
estava num momento antes de fazer contato com Jah, lembrei que deixei
ele no jardim suspenso(laje)de minha casa, quando o levei para a
mesma ocasião de contato com a divindade jamaicana, hoje é
madrugada de quinta feira e o contato anterior no jardim suspenso
fora na Terça, fazia uma noite outonal ; agradável até... depois
de tanta chuva e o gravador ali no jardim esperando uma poesia, uma
música ridícula que nunca faria sucesso, uma viagem qualquer,
esperando por dois dias na chuva, tomei-o-ô em minha mão , abri o
compartimento de fita e tirei-a pequena fina úmida (para minha
surpresa) ,fiz o mesmo com as pilhas, dei uma sacudidela e enfiei no
bolso da minha calça fazendo o tecido absorver o máximo de água
possível, tirei o apareinho do bolso e alternando saculejos e
enxugadas lembrei das aulas de Maquiavel que estavam gravadas na
fitinha, então me lembrei que eu passei boa parte da minha vida sem
gravador, sem celular , sem computador, sem um monte de coisas e
descobri que eu não preciso tanto deles, talvez um pouco, como diria
Caetano "ou não?". Só depois de tentar liga-lo que
descobrirei se preciso, se não funcionar e eu comprar outro é
porque fiz dele um vicio, se funcionar é a sorte e continuarei
usando até outro incidente do cotidiano, e ainda, se não funcionar
eu não comprar outro cabe mais duas alternativas. A primeira é
porque não tive cem mangus(unidade monetária universal de
toda a história da economia Brazuca) , e a outra é porque
graças a Jah eu consegui me desprender de mais uma desnecessidade
que adquiri. E por falar em necessidade, eu tô em dúvida se troco
meu celular velho que comprei no semestre passado pelo modelo novo
que tem todos os sem serviços já oferecidos no atual mais os novos
que incluem pingado e pão com graxa , ou churrasco grego com suco de
caju Aguarí, ou se pego o mais sofisticado que serve croassant e
capuccino , mas para falar verdade, eu fiquei sabendo que já tem
tecnologia pra lançar os modelos étnicos, mas estão esperando
esgotar o mercado para esses novos, mas quando sair talvez queira um
Bahiano com as opções Acarajé com cocada boa, (se tiver da
preta eu prefiro), ou algum que tenha Yakissoba, mas é sempre bom
escolher a opção diet e light, e todos já vem com gravador, câmera
fotográfica, lanterna, sinalizador marítimo,gps, raio paralisante,
detector de metal,compartimento secreto, teletransporte...
Ps:
o aparelho estava equipado com pilhas alcalinas blindadas Duracell,
boas até debaixo dágua.
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