Errante
Sou só um pobre fodido
ficando velho.
quando eu crescer
talvez erre menos...pensava
não quero mais ser adulto
nunca quis
no fundo sempre fui...
não quero reconhecer
mas dentro da minha criança
sempre houve um adulto
há uma criança em mim
há o coração
a dor, a resignação
a saudade ou martírio
não cabem dentro dele
que de aberto transbordou
só ficou o mais pesado
o mais presado dos desejos
a vida se apresenta
e eu me apresento...
como um passageiro
(clandestino...é verdade)...
desta nau a céu aberto
deste vento virador de páginas
destas linhas que traço
sem saber do dia de amanhã
só sabendo a frágil ponte
que nos separa da vida
e da morte.