Salamaleiko

bem vindo ao blog de contos, crônicas, poesias e manifestações artísticas do Poeta Vagabundo, este não é um blog diário, alguns textos são longos, requerem maior paciência do leitor, e para aqueles que acham os intervalos das postagens demasiado longo, rogo lhes que investiguem as postagens mais antigas, pois este blog tem conteúdo para um livro. e o Roco sempre contribui com suas telas.
agradeço pelo calor dos comentários, eles me dão força para continuar...
grande beijo do Poeta vagabundo.




Ps I: conteúdo registrado na biblioteca nacional

PsII: fiquem a vontade para críticas e comentários....dúvidas poderão ser respondidas...ou não...

domingo, 28 de dezembro de 2014

A lama da poça da beira do poço




Escorregou na lama
Da poça da beira do poço
Rastejou arrependido
Na trama do seu desgosto
Se olhou sujo
Meio a contra gosto
Se julgou só e injustiçado
Um esgoto
Achava que era do fundo
A lama da poça
da beira do poço .

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O Rei Mago da Floresta

O rei Mago da Floresta
vem trazendo as medicina
ó rei Mago da Floresta
vem em visita a aldeia

Divino é o nosso mestre
uma centelha de luz
traz luz, paz e amor
e a união que nos conduz

Ó meu Deus quanta beleza
Oculta na natureza
Alteza celestial
nos trás o bem e afasta o mal

Sua luz de claridade
nos mostra a realidade
é de Deus seu mensageiro
Rei Caiano no mundo inteiro

Rei...rei...rei...ei...ei...ei..

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

BANDEIRA


vivo uma época diferente
heróis morrem cedo
e eu vejo temporadas passarem
compreende meu desprezo
pelas convenções e protocolos?
um novo mundo pulsa..
prolifera pelos guetos
nas beiras dos rios bosteiros

acho linda essa gente
que querem deixar feia
não quero ser capa de revista
com muitas cores e pouco conteúdo
somos a maioria
e não queremos ajuda
esmolas e sobras não nos interessa

nos oferecem como favor
nosso direito de ser...
digno e capaz de escolher
oque irá jantar, e ler
e beber e vomitar...
encima das ilusões
que foram projetadas
para o horário nobre

eu quero ser do bem
mas não me calo!
faço parte deste mundo
e carrego a bandeira
pelos irmãos enfraquecidos
e pela nação de sem futuro
esquecidos nas periferias


sexta-feira, 18 de julho de 2014

A queda do Condor


Os dias de glória no picadeiro já se passara a tempos, enterrados com Davi o grande. Este sim vivera intensamente sob as luzes da ribalta. Fora adotado ainda bebê por um casal de palhaços, tão logo cresceu, fundou seu próprio circo, levando consigo sus pais, que devido a já adiantada idade não demorara a deixa-lo só. Mas ainda jovem se encantara com uma guria muito bela, de espirito simples porém requintado e cheia de juventude.

Ensinou Bela os truques e mistérios dos ilusionistas, ela rapidamente se encantou, ma oque mais a encantou foi os segredos do trapézio. Não demorou a tornarem-se o casal voador mais empolgante e famoso de todos os circos, e com esta fama viajaram o Brasil por suas capitais e interior. A fama correu mundo, e logo excursionaram pelas américas, a trupe de trapezistas fora carinhosamente intitulada de casal condor, pois o brilho do casal ofuscava os demais integrantes, embora também fossem muito bons, assim viajaram para Europa e Oriente, onde foram ovacionados pelo público, sempre com grande repercussão. Depois que voltaram o circo foi ampliado, com uma lona muito maior e passou a se chamar 'Circo Internacional Princesa Encantada'.
O tempo e as cidades passaram e o casal condor decidiu serem três, ou quatro talvez...., não demorou e Bela ficou grávida, faziam planos de deixar a vida errante, mas não sabiam como, já que a vida dos dois era direcionada aos palcos, ao picadeiro, não sabiam oque poderiam fazer além de brilhar, Bela não mais podia voar sob a lona, deixara as luzes para outra trapezista, embora Davi sentisse muito sua falta, pois o brilho da outra não tinha a mesma graça que o de Bela, mas ainda assim a vida fluía no compasso da felicidade com a vinda do novo integrante da família voadora, que para surpresa de Bela e Davi, eram gêmeos. Mas para tristeza do marido, Bela tivera complicações no parto, não aguentou e morreu, deixando o casal de filhos para o pai cuidar, seu marido nunca mais foi o mesmo, nãos quis casar-se novamente e seu belo sorriso transformara-se num riso artificial reservado para o fim de suas apresentações.
Os anos se passaram e Davi ainda era um grande trapezista, voando cada vez mais alto, girando cada vez mais forte, só assim era feliz, só assim sentia o prazer da vida, nem mesmo o casal de filhos lhe dava satisfação, pelo contrario, Nadia lembrava cada vez mais sua mãe, e isso o fazia sofrer ainda mais as dores da saudade, chegava até a evitar a menina, que desde cedo demonstrou um talento inato para as artes circenses, enquanto Édipo era a própria apatia, herdada de seu pai, embora aprendesse as artes do circo, nunca conseguira dar graça e beleza as suas apresentações.
Em uma apresentação, Davi, com olhar distante subiu as escadas do trapézio, Nadia então, já fazia dupla com seu pai e o aguardava lá em cima, acompanhou orgulhosa a subida do pai, era um festival internacional, os maiores do mundo se apresentavam ali, e sua trupe continuava ainda uma das maiores do mundo, seu pai a encarou, lembrou-se dos dias de glória e felicidade voando junto de Bela, seu semblante se transformou em alegria, balançou e saltou e voou alto, e cada vez mais alto, girou e rodopiou no ar, fez manobras com toda a equipe, fez Nadia brilhar e se destacar como Bela fizera em outros tempos e em seu espetáculo solo subiu alto, e girou forte, arrancando aplausos de todos, subiu na parte mais alta, sorriu para Nadia, que soltou o 'balancin', Davi voou no ar, agarrou a barra e subiu muito, voltou com as pernas dobradas para na volta subir ainda mais, e assim o fez, chegando ao topo, soltou as mãos e desceu num voo, Nadia via a felicidade estampada em seu rosto, como nunca vira antes, Davi não agarrou o 'balancin' e ultrapassou os limites da rede, foi o último salto do grande Condor.
Ainda que seu nome fosse reconhecido como uma das maiores trapezistas do mundo, Nadia abandonou o circo, foi morar com sua avó materna, mudou de atividade e sagrou-se campeã em ginastica olímpica, seu irmão continuou com o circo, satisfeito por sua irmã ter abandonado a arte, agora era o único dono , e não mais seria ofuscado pelo brilho do pai ou da irmã, continuou as apresentações, mas a cada dia diminuía mais o prestigio do circo e seu público, tentou investir em apresentações com animais, fazia a alegria dos prefeitinhos de cidadezinhas, pois por onde passava desapareciam os cachorros vira-latas, devorados pelo casal de tigres sarnentos ou pelo leão banguelo e tremulo, os palhaços perderam a graça, muito embora palhaços tristes sejam engraçados. A má fama se apoderou do grandioso circo internacional Princesa Encantada, Édipo, numa tentativa desesperada de marketing, vendeu a grande tenda e alguns caminhões herdados de seu pai, e comprou uma tenda menor, igual aquela primeira que seu pai comprara, mudou o nome do circo para Circo Internacional Condor, na tentativa de usar a fama conquistada por seu pais. Casou-se com uma aspirante a trapezista com brilho e talento comparado ao seu, não demorou e a moça perdeu a forma esbelta, assim como ele também não estava mais no auge de sua forma física. Os caminhões enferrujaram os animais morreram velhos ou doentes, a lona mau cuidada envelheceu e ficou toda remendada ou furada, motivo de chacota para o público, e o fabuloso circo passou a viver de pequenas apresentações em vilas de cidades da periferia.

Recentemente eu mesmo os vi, num terreno baldio dum bairro pobre de uma cidadezinha suburbana, fez espetáculos beneficentes, em prol dos flagelados de uma grande enchente, conseguindo assim mantimento para o casal sobreviver por mais uns meses em seu próprio flagelo.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O Tempo todo



Abri a geladeira pra pensar
O que foi mesmo que  esqueci
Onde  mesmo que perdi
 eu  tão longe
E o  Tempo
todo a me esperar
Pra eu notar
Que Tudo  esta aqui
E em todo lugar
 em mim
o Tempo todo

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Eras

Decidi não mais contar os anos
Contarei  estações
E também não contarei meses
Vou contar  luas
É mais leve o infinito dos dias
Sem a pesada mão de  Cronos
É mais claro  o escuro da noite
Quando nada é oculto