Minha primeira passagem pelo caminho de Santigo vem de uma data imemoriável, as floresta tomavam todo o lugar, haviam animais de todas espécies, e de lá surgiu um mito, mas eu digo, afirmo e confirmo completamente verdadeiro, e dou fé.
Éramos uma tribo, herbívoros por natureza e convicção, acreditávamos que ao nos alimentar dos vegetais devolvíamos a animalidade para eles, pois quando incorporado ao nosso corpo sua energia extraída da terra dava vida ao nosso corpo, numa interligação da trindade terra, água e ar resultando em energia. éramos aquilo que comíamos, e para agradecer a colheita farta e garantir a próxima colheita ainda melhor, oferecíamos em sacrifício um membro de nossa comunidade num ritual, a fogueira seria acesa ao surgir da lua por de trás das montanhas na primeira lua cheia da primavera, dançaríamos comendo a carne queimada e bebendo o sangue do oferecido, fazendo este ser parte de cada um da tribo e se reintegrando a terra.
Era começo de noite, uma claridade muito forte surgiu no campo distante, donde surgiria a lua , era naquela direção que viviam touros e vacas selvagens, era como se todas as estrelas do céu começasse a girar e girar se agrupando e cada vez mais próxima iluminou o campo como se fosse meio do dia outra vez,ficamos com medo, seria o fim do mundo? Estávamos fazendo algo errado? Seriamos todos queimados? E centenas de estrelas giravam muito próximo, fazia um estrondo, um zunido no ouvido, a luz girou muito forte e depois e foi se espalhando formando novamente a noite ainda sem luar, mas logo surgiu a lua por detrás das montanhas, iluminando o campo com sua luz prateada, as fogueiras estavam apagadas, esperávamos pelo surgimento dela para acendermos e começarmos o ritual, era entrada de primavera e nossos campos estavam fartos. Mas naquele dia tudo foi muito diferente de todos os outros e ao iluminar da lua sobre o campo, notamos desenhos estranhos no pasto, era um campo sagrado para nosso grupo , pois as vacas caminhavam e nos fornecia material orgânico para nossas plantações. Ficamos encafifados com aquelas formas estranhas iluminadas pela lua, queria dizer alguma coisa que não compreendíamos, naquela noite não houve festa de primavera e nem sacrifico humano, ficamos todos a observar e meditar sobre o que teria acontecido, o temor tomou conta da tribo e naquele primeiro dia ninguém se atreveu a caminhar por aqueles campos, mas notamos que vacas e touros foram e comeram da grama deitada pela estranha luz e a princípio nada de anormal fora notado,os animais estavam bem. Nessa noite caiu uma breve chuva, e o próximo dia amanheceu quente e acolhedor. Era trabalho dos homens colher o estrume dos animais para que as mulheres preparassem o fertilizante, já que fertilidade é assunto de mulher, os cuidados da roça eram delas, aos homens cabia arar, e carregar a colheita. O fato é que nesse dia encontramos sobre os estercos uma coisa, uma espécie de planta ou algo parecido, ninguém conhecia, nunca tinha visto nada nascer assim, levamos para nossa anciã que mais conhecia de vegetação e foi novidade para ela também, mas se é do mundo vegetal podemos experimentar para conhecer se faz bem, se fizer poderá compor nosso parco cardápio, disse a sábia velha. Então na mesma noite cada um da tribo recebeu cinco destes ‘frutos das estrelas ‘ , e para surpresa geral, todos embarcaram numa incrível viagem pelas estrelas, viajaram pelo Cosmo e perceberam que visitaram as mesmas luzes que deitaram a relva naquela noite de primavera, o tempo adquiriu outra velocidade, a lua chegou ao seu cume , iluminando com sua lua prata toda a terra, e todos ficaram agradecidos, o amanhecer fez ela ficar discreta diante do sol, e todos dançaram fantasiados de lua e sol. essa foi a primeira vez que caminhei pelos caminhos dos caminhos de Compostela.
Lindíssimo poeta! Consegui visualizar a cena e me transportar até la.
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